quarta-feira, 19 de agosto de 2009

influência e tradição

Quando eu era criança minha mãe fazia um mingau delicioso que eu até os 5 anos tomava de uma forma especial: na mamadeira. O momento do mingau era maravilhoso! Tanto que o dia que as coisas mudaram eu lembro até hoje. Em um bendito dia o mingau foi feito pra nós mas tinha algo diferente e repugnante: ele estava em um copo!

Nós choramos, esperniamos mas nossa mãe era irredutível: "vocês já estão muito grandes pra usar mamadeira!" Era o fim! Como não aceitamos o mingau no copo de vidro duro e desconfortável, impossível de nos permitir tomar deitadas na cama como de costume, fomos obrigadas a passar pra outro estágio: leite no copo! Outra confusão! "Leite?!! Negoço ruim, eca..."! Leite com chocolate, leite com café, leite frio, leite quente, leite puro, nenhuma das formas prestava, nada substituia o mingau na mamadeira. Mas éramos "forçadas" pra não ficar com os ossos fracos e quebrar o braço.

Com o tempo a hora do leite passou de confusão pra conformismo e hoje o leite virou um lazer quando acompanhado de chocolate em pó e gelado. Houve tempo em que tomava 3 vezes ao dia. O horror passou a paixão.

A tradição é semelhante a isso. Nascí em um lar onde conceitos tradicionais sobre Deus já estavam muito bem formados e solidificados assim como o costume com o mingau. (Não estou fazendo uma comparação absurda, pode continuar lendo). Fui ensinada de uma forma muito precisa sobre certas coisas como se Deus realmente desse valor aquilo que me ensinaram. Mas acredito que em torno de 30% ou mais do que aprendí foi muito mais tradição do que vontade de Deus.

As raízes da tradição me envolveram, mesmo eu que sempre me considerei uma pessoa de muita racionalidade. Na minha vida a rebeldia da adolescencia era manifestada de outra forma. Eu questionava o que eles me ensinavam como correto aos olhos de Deus como por exemplo: não ouvir/cantar músicas que não fossem falando de Deus e no rítimo que eles gostavam.

Mas a vida segue, os anos passam e mesmo que nossos pais não queiram eles perdem 89% do domínio sobre nós e 95% do domínio sobre o que pensamos. E andando com minhas pernas encontrei a verdade clara como o sol, como eu a tempos procurava e me assustei com ela. Assim como eu crescí e tive que encarar o copo e deixar a mamadeira, eu crescí e encarei a verdade pra deixar a tradição. Mas diferente do primeiro caso, eu busquei essa verdade. Deus me trouxe essa verdade. Algo simples, óbvio e chocante ao primeiro impacto: Jesus não combina com tradições, dogmas, superstições e religiosidade. Pude desenrolar de meus braços as raízes de tradição que me amarravam e me impediam de ser feliz como Deus queria.

MAs ainda hoje elas andam por perto, querendo me amarrar e vendar meus olhos. Tradições humanas, criações de homens que nos cegam, nos entristecem e nos afastam de Deus. Quem disse que Jesus só recebe um tipo de louvor, quem disse que você não pode se vestir como gosta, porque faz mal dançar e cantar até a energia acabar? Hoje eu estou começando a viver a liberdade equilibrada de Deus. E sei que o que mais importa, como dito no post passado é amar. Porque o amor não faz mal ao próximo muito menos a nós mesmos. Atitudes guiadas pelo amor de Deus e não por tradições são dignas, incondenáveis.

Hoje estou aprendendo a ver claramente onde se distingue a raiz de tradição e o real querer de Deus. E estou aprendendo mais e mais que liberdade é essa que Cristo me deu.

PAz.

R.P.P.

Nenhum comentário:

Postar um comentário