Pensar as vezes da um nó no juízo. Seja resolvendo aquela conta de matemática que você quase estava descobrindo como solucionar, seja resolvendo um problema qualquer. Quando se pensa mais que o comum o pensamento começar a ir tão longe e se aprofundar em tantas ideias que chega a dar como um nó onde você e a gente perde a direção.
Esses dias tenho pensado em prioridades. Será que são apenas as minhas prioridades que estão confusas? Será que eu sou a única que passo mais de meses sem visitar um familiar, sangue do meu sangue, que fez e faz parte da minha história, minha vida? Será que eu encaro uma inversão de prioridade como problema quando não deveria? Será que eu deveria mesmo me importar em não ver alguém, em mudar? A primeira pergunta é clara, as seguintes são os 'nós' que vão surgindo dos quais falei.
Eu acredito que a vida é regida por leis que se repetem pra quase tudo (coisa que conclui observando o mundo). Se não regar a planta, ela morre; se não cultivar a amizade ela pode acabar; se não estudar sempre, vai se desatualizar; se não tomar banho, a sujeira toma conta. São atitudes contínuas que preservam a vida, amizades, conhecimentos e bem estar.
Será que minhas prioridades mal dosadas podem desequilibrar minha vida como uma prato de comida desequilibrado? Se minhas prioridades são sempre gordura, frituras, doces e massas e nunca verduras e frutas eu posso esperar que haja equilíbrio em meu corpo? Se minhas prioridades na vida são meu lazer, meus sentimentos e meu querer e não algo dividido entre as pessoas com quem tenho convivência, eu posso me considerar equilibrada?
Você já parou pra pensar nas lembranças que você tem dos tempos que já passaram, as sensações que ficaram? Os gostos, cheiros, as pessoas com quem você esteve e as situações que vivenciou? Você sabe porque algumas coisas estão guardadas e tantas outras não? Que critério nossa cabeça usou pra selecionar aquilo que iria ficar por anos em nossa cabeça?
Não escolhemos bem o que guardar nem o que sentir sobre o que temos memória. Mas como seria bom se todas as memórias fossem felizes, engraçadas... Me preocupo hoje se não estou deixando de priorizar algo que me fará mais feliz pelo resto de meus dias. Será que estudos, trabalhos, são mais importantes que o contato com a família? Será que estar em vários lugares diferentes com pessoas estranhas de conversas meramente profissionais que não sabem nada sobre você é melhor que construir uma família forte que está sempre junta?
Será que fechar os olhos para os sofrimentos do mundo, pessoas que precisam de visitas em hospitais, parentes idosos que precisam de visita, um pai, um amigo que não vemos faz tempo, que precisam de um beijo, um abraço, um carinho, um ouvido, será que trocar tudo isso por finais de semana na beira da praia será recompensador nas nossas memórias futuras?
O quanto devemos ser radicais em nossas prioridades? Há pessoas que priorizam o trabalho acima do casamento, elas estão erradas? Será que gastar 10 anos estudando e trabalhando sem ver o filho crescer, ou dar carinho ao cônjuge trará a conquista de um objetivo que fará superar esses anos de falta?
Ou será que em todo tempo devemos dosar nossa vida, nossas prioridades, como quem procura uma dieta equilibrada? Eu tenho minha tendencia a acreditar que eu devo dosar, mas eu não tenho certeza de nada. E quando eu não tenho certeza eu recorro as palavras que foram escritas muito antes de eu pisar no mundo, as palavras que formam A Palavra que é lampada para os meus pés, e luz para o meu caminho.
A Palavra que me diz que o amor é o maior mandamento e que quem ama cumpre a lei. A Palavra que diz que o amor não busca seus próprios interesses, que faz bem. A palavra que diz que o fruto do Espírito de Deus em nós é Alegria, Paz, Temperança, Bondade, Mansidão... Essa Palavra que me leva a refletir que 'se minhas prioridades não tem me trazido esse fruto eu preciso mudá-las', a Palavra que orienta a colocar o Reino de Deus e a sua justiça em primeiro lugar. Ou seja, os ensinamentos e mandamentos de Deus pra mim.
Quando nós priorizarmos o agir acima do falar, o obedecer a Deus acima do nosso eu, estaremos caminhando para terminar esta vida sem medo de não ter feito o que era certo e carregando conosco frutos de alegria, memórias de paz.
Para completar a meditação deixo Eclesiastes capítulo 9: http://www.bibliaonline.com.br/acf/ec/9
R.P.P.V.